setembro 2020

Travessias: Das páginas da História às telas do Cinema

Este livro tem como tema central a relação entre História e Cinema. As três partes do e-book foram assim pensadas: na primeira, o foco interpretativo recai sobre obras cinematográfica; na segunda, o que vem para o centro é a linguagem do documentário e, na terceira, análises filmes específicos. Dessa forma, as reflexões dos autores permitem ao leitor perceber como a produção cinematográfica diz respeito ao seu próprio tempo. Das inquietações revolucionárias de Glauber Rocha até as produções norte americanas após o atentado de 11 de setembro de 2001, o que se percebe é a força dos temas históricos na composição fílmica. Além disso, algumas reflexões abordam as possibilidades interpretativas que os documentários carregam, destacando tanto os aspetos formais da produção das películas, como a proximidade existente entre o trabalho do cineasta com aquele realizado pelo historiador de ofício. Seguindo o mesmo caminho da interpretação, o leitor encontrará também questões históricas por meio de análises de filmes.

Política e engajamento: reflexões acerca da religiosidade em Barravento de Glauber Rocha

A presente obra realiza uma abordagem crítica acerca do filme Barravento, 1962, de Glauber Rocha, enfocando a questão religiosa do mesmo, mas sem perder de vista as questões políticas que o envolve. No que diz respeito à narrativa fílmica o autor busca refletir sobre como o fenômeno religioso interfere na política e no engajamento dos cidadãos em relação a determinadas causas. Ao percorrer este caminho analítico, o autor realiza reflexões sobre o contexto baiano da época, dando foco às questões que dizem respeito ao processo de modernização da Bahia dentro de um contexto nacional. Além disso, é realizado também um estudo sobre o cineasta Glauber Rocha, visando compreender suas motivações e influências. Que mundo Barravento retrata nas telas? Quais relações estão presentes neste mundo? Qual a perspectiva religiosa que o filme traz? A religião impede as pessoas de fazerem a sua própria história? Qual proposta de mudança do status quo o filme traz? Partindo da premissa do filme de que “a religião é o ópio do povo”, o autor envereda por discussões complexas, já que o filme pode ser interpretado tanto pelo viés religioso quanto pelo viés marxista. Assim sendo, o autor recorre ao marxismo, à teologia da libertação, ao Candomblé e outros assuntos, com o intuito de dar conta da complexidade das discussões que a obra aborda.

Performances culturais em imagens

Este livro reúne palestras proferidas por professores do Programa de Pós Graduação Mestrado e Doutorado Interdisciplinar em Performances Culturais, da Universidade Federal de Goiás. São investigações variadas, tramadas no referido programa de maneira interdisciplinar, ao mesmo tempo em que procurávamos pensar e produzir conhecimentos sobre esse novo e único campo institucionalizado no Brasil, dos Estudos das Performances Culturais.

Os sentidos do humor: possibilidades de análise do cômico

O estudo do humor não é novo. Filósofos como Platão, Aristóteles, Kant, Hegel, Freud e Ortega y Gasset, escritores de renome como Baudelaire, Shakespeare ou Cervantes e acadêmicos como Bergson, Adorno ou Attardo, têm abordado o humor em suas obras. A centralidade e peso do humor na vida dos seres humanos é evidente no grande número de estudos que examinam diferenças e semelhanças de humor em inúmeros cenários como entre Oriente e Ocidente, em psicologia, na cognição, relações humanas, saúde, literatura, artes visuais ou mesmo política. Este volume é o trabalho de especialistas dedicados aos estudos do humor e tratou temas como o humor no mundo luso-hispânico por meio de representações sociais, linguagem e literatura.

Cinema e exibição cinematográfica em Montes Claros (MG): Dos primórdios à consolidação do circuito exibidor

O tema Cinema e exibição cinematográfica em Montes Claros (MG): dos primórdios à consolidação do circuito exibidor, refere-se a uma investigação sobre a gênese da rede exibidora montesclarense, e as diferentes formas de lazer que incidiram no espaço público da cidade. Teve como propósito, ainda, refletir sobre como a modernidade configurou-se no município norte-mineiro. A partir de um conjunto de fontes, notou-se que ao longo do século XIX, entre 1840 a 1880, a cidade norte-mineira passou a ocupar um importante papel no comércio regional. Assim, vários foram os eventos advindos com essas transformações. Contudo eles não patentearam mudanças meramente econômicas. Concomitante às transformações, verificou-se que, sobrevieram à cena pública da pequena urbe norte-mineira, companhias circenses, grupos mambembes e espetáculos de prestidigitação, que revelaram o não insulamento artístico da região. Observou-se, ainda, que, pela intermediação do cinema e das inaugurações das salas, concomitante às reformas e as instalações de aparelhos modernos de projeção, a representação de progresso em Montes Claros operacionalizou-se e tornou-se ativa. Nesse sentido, o cinema, mediante os discursos dos jornais, por exemplo, estabeleceu um índice daquilo que era “moderno”, “civilizado”, “progresso”, e constituiu um veio de identificação para avaliar a cidade como uma “metrópole do norte”, “metrópole nordestina”, “sociedade culta”.

História e imagens: jornadas com Didi-Huberman

Com extrema erudição, Georges Didi-Huberman congrega o pensamento clássico e contemporâneo sobre as linguagens e lhes confere uma interpretação singular. Como resultado das reflexões em torno da obra de Georges Didi-Huberman, o livro reúne textos de pesquisadores ativos em três grupos de pesquisa: Grupo de Estudos de História e Imagens (GEHIM), Núcleo de Estudos em História Social da Arte e da Cultura (NEHAC) e Grupo de Pesquisa Interartes: Processos e Sistemas Interartísticos e Estudos de Performance (GEIEP). Distribuídos em cinco jornadas, os ensaios presentes no livro fazem dialogar seus temas de investigação com o pensamento de Georges Didi-Huberman. Partem de pesquisas sólidas que buscam articulações com a obra do autor e discutem suas provocações teórico-epistemológicas.

Educação e trabalho: contextos e processos históricos

O livro “Educação e Trabalho: Contextos e processos históricos”, ao lidar com trabalho e ensino e trabalhadores e educação, aborda categorias tais como cultura, educação, trabalho e modos de viver, para discutir mudanças nos modos de vida; sociabilidades no trabalho e fora dele; políticas públicas adotadas para a educação, entre outros. Para tanto, atribui interpretações e significados aos processos de reconfiguração/redefinição das lutas sociais e de seus agentes no mundo contemporâneo.

Jogos-narrativos: ensino de história, relatos e possibilidades

O livro “Jogos-Narrativos: ensino de História, relatos e possibilidades” traz relatos de experiências de professores de escola básica e pesquisadores em diálogo com o mundo do Role-playing Game, Cards, Tabuleiro e outros. Os jogos, ao permitirem narrativas, expressões de memórias, posicionamentos sociais e diversas interações verbais e não verbais entre sujeitos, são aqui analisados como recursos de ensino, de aprendizagem, de sociabilidade e de pesquisa em História.

História dos catadores no Brasil

“História dos Catadores no Brasil” investiga homens e mulheres que viveram e vivem do trabalho com o lixo. Essa atividade é antiga. Remonta a Atenas do século 500 a.C., criadora do primeiro lixão onde trabalhadores “especializados” nessa função recolhiam e transportavam os dejetos para fora da cidade. Junto ao manejo do lixo, a reciclagem também é uma prática antiga. No Velho Testamento, por volta do século VIII a.C., Isaías propôs que se fizessem relhas e arados de lanças e foices. Evidências como essas cortaram toda a Idade Média até o século XVIII, quando a reciclagem tornou-se um negócio, conectando pobreza, lixo e reciclagem. Esse raciocínio ajuda a explicar o estigma historicamente construído sobre as pessoas que trabalham com o lixo alheio. Ajuda também a desenvolver a hipótese de que a reciclagem transformou-se numa atividade comercial apenas com o capitalismo, a partir dos séculos XVIII e XIX. Tais questões são levadas e comparadas à realidade brasileira dos últimos 200 anos. Nesse período, chega-se à presença dos catadores, vistos como uma parte bastante desgastada do mundo do trabalho. São trabalhadores anônimos, mostrados por rara documentação que deles fala indiretamente. Os catadores receberam maior atenção a partir da década de 1950, quando se fizeram mais visíveis nas grandes cidades. Desse ponto, que conduz até o final do livro, o roteiro da pesquisa e da narrativa prioriza a investigação sobre quem são os catadores, o que eles pensam que são e o que foram, e como eles gostariam de ser.