Coleção História Cultural

Uma cidade no sertão: Jathay (1880-1930)

O livro conta a história dos principais casarões edificados em Jataí de 1880 a 1930, destacando o projeto de arquitetura de cada um deles. Como expressão da cultura, tanto o espaço edificado quanto o espaço urbano são objetos de análise ao que conceituamos como cultura de morar (JUNIOR, 2011). Entendida como uma faceta da cultura, ou um conjunto multifuncional de valores socialmente compartilhados e historicamente construídos, comportamentos, experiências, padrões sociais, elementos identitários e imagéticos que orbitam em torno do espaço privado da habitação. Uma postura que implica em considerar também os valores, usos e significados dos espaços arquitetônicos que as formas espaciais dão origem: ponto de partida à tessitura de narrativas textuais, visuais, reais ou imaginárias do lugar de morar. A partir disso, o interesse dos autores se volta para a implantação da povoação de Jataí, seu núcleo urbano inicial, no final do século XIX até 1930. Este recorte temporal se justifica por duas razões: em primeiro lugar, a evidente necessidade de registrar a ocupação espacial a partir de suas origens, compreender seu traçado e sua implantação. Em segundo lugar, estabelecer a década de 1930 como limite, se justifica em função das profundas transformações desencadeadas pela chamada revolução de 1930. No novo ambiente político desta época o estado de Goiás vivenciou uma profunda alteração com a construção de Goiânia, em 1933, e uma reorganização das zonas de influência política, social, econômica e cultural que ela representava. Uma alteração que colocaria a produção do espaço construído em outros parâmetros. Por razões políticas, culturais e sociais, a década de 1930 representou uma inflexão.

História cultural: reflexões contemporâneas

É com alegria e orgulho que estamos lançando a presente Coletânea, intitulada “História Cultural: reflexões contemporâneas”. Ela é fruto das discussões ocorridas nos eixos temáticos, durante o último evento do GT Nacional de História Cultural. Esse grupo, desde 2001, vem mantido ativo o espaço de debates em torno de temas já consagrados no âmbito da História Cultural, sempre estimulando reflexões acerca de perspectivas teóricas e metodológicas, que dão base para os campos de interlocução do historiador cultural. A nona edição do evento, ocorrida em 2018, se propôs a esquadrinhar, de maneira aprofundada, uma temática de grande interesse para os historiadores, a saber: “Culturas – Artes – Políticas / Utopias e distopias do mundo contemporâneo: 1968 – 50 anos depois”. Esse tema central permitiu muitas possibilidades de trabalho, os quais poderão ser, agora, desfrutados pelos leitores interessados em aprofundar seus conhecimentos. Com efeito, os leitores terão a oportunidade de encontrar uma pequena, porém rica, parcela das discussões e reflexões oriundas do campo da História Cultural, apresentadas por autores de diferentes instituições, os quais, apesar de suas especificidades, possuem como elemento orientador a interdisciplinaridade e o exercício de acuidade teórico-metodológica. Sendo assim, os problemas centrais ofereceram a oportunidade para refletir acerca das diferentes maneiras de produzir conhecimento em História em sua interface com as questões teórico-metodológicos atinentes aos diálogos com as memórias, com as artes e com o pensamento político. Na verdade, nas últimas décadas, os horizontes investigativos e de pesquisa do Historiador Cultural ampliaram-se, sobretudo graças aos estímulos proporcionados por temas e objetos privilegiados pelos historiadores que se voltam para esse campo. Com esta breve apresentação, esperamos que a diversidade e riqueza de análises reunidas nesta coletânea possam encantar e inspirar nossos leitores.

Memória coletiva, memória individual e História Cultural

O tema central desta coletânea (“Memória Coletiva, Memória Individual e História Cultural”), de fato, permite e estimula muitas possibilidades de trabalho. Como organizadores, nossa proposta inicial era exatamente oferecer um espaço de interlocução de modo que pesquisadores diversos, e em momentos diferentes de suas formações, pudessem apresentar suas ideias publicamente e de maneira produtiva, colocando-as à disposição para serem debatidas. Acreditamos, salvo melhor juízo do leitor, que nosso objetivo foi alcançado. Com efeito, frutos do esforço de pesquisadores experientes como André Luis Bertelli Duarte, Francisco de Assis de Sousa Nascimento, Heloisa Selma Fernandes Capel, Irene Vaquinhas, Julierme Morais, Nádia Maria Weber Santos, Paulo Roberto Monteiro de Araujo, Regina Weber, Rodrigo de Freitas Costa, Thaís Leão Vieira e, por último, mas não menos importante, Alcides Freire Ramos e Rosangela Patriota, as reflexões aqui publicadas oferecem a oportunidade para refletir acerca das diferentes maneiras de produzir conhecimento em história em sua interface com os debates teórico-metodológicos atinentes aos diálogos com as memórias. Com efeito, nas últimas décadas, os horizontes investigativos e de pesquisa do Historiador Cultural ampliaram-se, sobretudo graças aos estímulos proporcionados por temas e objetos privilegiados pelos historiadores que se voltam para esse campo. O propósito desta coletânea, que agora chega às suas mãos, é o de enfrentar tanto desafios teóricos e interpretativos, quanto analisar procedimentos e práticas atinentes ao ofício do historiador que se volta para a História Cultural. Por fim, antes de colocar o ponto do final nesta breve Apresentação, cabe-nos desejar a você, caro leitor, uma boa viagem, tendo como bússola as ideias contidas nas páginas que seguem…

História Cultural: Memória e Sociedade

“História Cultural: Memória e Sociedade” esse é o eixo que articula, em termos temáticos, a presente coletânea, que é fruto de uma iniciativa do GT Nacional de História Cultural, grupo que tem se mantido ativo e atuante desde a sua fundação, ocorrida em julho de 2001.
Se em publicações anteriores, promovidas pelo GT, temas como Sensibilidades, Sociabilidades, Imagens, Linguagens, Representações, Paisagens e/ou as Escritas da História foram os eixos norteadores, nesta nova iniciativa, por decisão do Comitê Científico do GT, a presente coletânea se propõe a esquadrinhar, de maneira aprofundada, uma temática de grande interesse para os historiadores, a saber: as interfaces existentes entre História Cultural, as memórias individual e coletiva. Com efeito, trata-se de um assunto que continua mobilizando o conjunto dos historiadores, mas o interesse, aqui, não era o de discussões demasiadamente amplas, descoladas de objetos específicos. Pelo contrário. A escolha dessa perspectiva de investigação nasceu, em primeiro lugar, da vontade dos integrantes do GT em estudar algo específico: o impacto das diversas dimensões da memória sobre a História Cultural. Assim, depois de delineados os contornos gerais da proposta, pensou-se no aprofundamento dos diálogos teóricos e metodológicos que dão sustentação às nossas pesquisas. Esse aprofundamento das reflexões em torno das possibilidades de diálogo entre as memórias individual e coletiva com a História Cultural teve como resultado, pouco a pouco, um profícuo entrecruzamento com temas e/ou objetos de pesquisa mais especificos: teatro, cinema, fotografia, literatura, entre outros. Portanto, nas páginas que seguem, o leitor encontrará estudos de autores diversos, alicerçados em pesquisas sólidas e inspirados por essa perspectiva mais ampla, ou seja, a de descortinar as múltiplas articulações possíveis entre a História Cultural e as memórias individual e coletiva. Enfim, essa brevíssima apresentação é, acima de tudo, um convite para que você, leitor, mergulhe com curiosidade em nossas discussões.

Chico Xavier: De jovem desconhecido a médium mais famoso do Brasil (1931-1938)

Esse trabalho recebeu o primeiro lugar no prêmio Sandra Jatahy Pesavento do GT de História Cultural da ANPUH. Desde a introdução o autor deixa claro que não pretende discutir o Espiritismo do ponto de vista teológico. É na história do livro e da leitura que inscreve sua investigação. Se para os leitores a autoria é do espírito, a sua problemática é de ordem historiográfica ao pensar a psicografia como uma realidade cultural na qual há a “invenção” dos espíritos autores e a criação de uma imagem autoral que fundam um determinado pacto de leitura. André Seal se debruça sobre os primeiros anos da vida literária de Chico Xavier (1931-1938). Em um primeiro recorte que vai de 1931 até 1934 se debruça sobre os escritos inicias do médium. É quando se estabelece no mercado editorial espírita, mas longe do sucesso de massa que viria a conhecer. O período posterior é dedicado ao estudo da criação dos espíritos autores. Em cada um desses momentos, Chico Xavier é situado dentro das matrizes literárias do Espiritismo no Brasil. Ao mesmo tempo, deixa-se entrever como estas foram apropriadas e mesmo alteradas neste percurso de construção de sua imagem autoral. Ao situar o autor na questão mais ampla da literatura espírita deixa claro que existiram outros projetos literários no país, engendrados coletivamente, e que estes caíram no esquecimento. A psicografia e os espíritos autores definem até os dias de hoje o perfil da escrita espírita. Ao dessacralizar o mito, André Seal faz mais do que um belo, cuidadoso, denso e delicado trabalho de investigação que coloca os estudos sobre a história do livro e da leitura bem como do espiritismo em novas chaves de leitura; ele devolve Chico Xavier ao plano histórico, ao mundo dos homens.

História e imagens: jornadas com Didi-Huberman

Com extrema erudição, Georges Didi-Huberman congrega o pensamento clássico e contemporâneo sobre as linguagens e lhes confere uma interpretação singular. Como resultado das reflexões em torno da obra de Georges Didi-Huberman, o livro reúne textos de pesquisadores ativos em três grupos de pesquisa: Grupo de Estudos de História e Imagens (GEHIM), Núcleo de Estudos em História Social da Arte e da Cultura (NEHAC) e Grupo de Pesquisa Interartes: Processos e Sistemas Interartísticos e Estudos de Performance (GEIEP). Distribuídos em cinco jornadas, os ensaios presentes no livro fazem dialogar seus temas de investigação com o pensamento de Georges Didi-Huberman. Partem de pesquisas sólidas que buscam articulações com a obra do autor e discutem suas provocações teórico-epistemológicas.

Circularidades Políticas e Culturais: Fronteiras – Linguagens – Cidadania

“Circularidades Políticas e Culturais” é o eixo temático que congregou um grupo de pesquisa estruturado internacionalmente. Criado no ano de 2010, esse grupo promove reuniões anuais alternadas entre Brasil e Itália, com o intuito de ampliar e renovar a sua interlocução, tendo sempre como horizonte o campo das circularidades. A escolha dessa perspectiva de investigação nasceu da vontade dos integrantes do projeto em estudar o impacto da cultura italiana no repertório artístico e intelectual da sociedade brasileira. Neste livro, que agora está disponível nas estantes virtuais, o leitor poderá tomar contato com uma parte significativa dos resultados obtidos.

Cenas de um espetáculo político: poder, memória e comemorações na Paraíba (1935-1945)

“Procuro estudar a espetacularização da política paraibana no contexto da Era Vargas: os objetivos da dramatização do poder, a sua simbologia, os atores envolvidos nas tramas políticas e as relações de forças travadas naquele período. Esse estudo tem como recorte inicial o ano de 1935, uma vez que a documentação consultada revela o auge de uma espetacularização política na Paraíba, trazida no bojo das lutas operárias e dos levantes comunistas nos vizinhos estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte. O eixo problematizador dessa pesquisa gira em torno da questão da espetacularização política à época (1935-1945) e como as classes populares interagiam com o Estado Espetáculo.”

À esquerda de seu tempo: escritores e o Partido Comunista do Brasil (Porto Alegre – 1927-1957)

Livro de Autoria de Marisângela Martins. Este livro apresenta os resultados da pesquisa realizada ao longo do curso de Doutorado em História, um estudo focado em um grupo de militantes do Partido Comunista do Brasil (PCB) em Porto Alegre ao longo da “época do Partidão”. Direcionamos o olhar para aqueles que, dentre os que compunham o universo dos considerados intelectuais comunistas, tinham suas vidas mais bem documentadas e formavam um grupo mais precisamente definível: os escritores que atuavam na capital gaúcha.

HISTÓRIAS DE VIDAS AUSENTES – A tênue fronteira entre a saúde e a doença mental

Segunda edição do livro HISTÓRIAS DE VIDAS AUSENTES – a tênue fronteira entre a saúde e a doença mental (Versão revisada e ampliada), da pesquisadora Nádia Weber. Nádia mergulhou no mundo simbólico e no imaginário de “alienados mentais” através de análises das internações ocorridas no Hospício São Pedro, hospital psiquiátrico da cidade de Porto Alegre – RS, no período de 1937 a 1950 demonstrando o tênue limite existente entre o que pode ser considerado “loucura” e “razão”.