Rafael Alves Pinto Júnior

Historia das Plantas Imaginárias e Vegetais Lendários

Depois de “Jardim Fantástico” (Primas, 2017), Rafael Alves Pinto Junior nos entrega a obra “História das Plantas Imaginárias e Vegetais Lendários” que se apresenta como um catálogo que elenca uma série de plantas e vegetais presentes na ficção e no imaginário artístico e literário. Como tal, a obra destina-se ao público geral e o seu conteúdo possui determinada relevância para os Estudos Literários, para a Criptobotânica e para os demais campos que venham a lidar com as relações entre ficção e imaginário.

Uma cidade no sertão: Jathay (1880-1930)

O livro conta a história dos principais casarões edificados em Jataí de 1880 a 1930, destacando o projeto de arquitetura de cada um deles. Como expressão da cultura, tanto o espaço edificado quanto o espaço urbano são objetos de análise ao que conceituamos como cultura de morar (JUNIOR, 2011). Entendida como uma faceta da cultura, ou um conjunto multifuncional de valores socialmente compartilhados e historicamente construídos, comportamentos, experiências, padrões sociais, elementos identitários e imagéticos que orbitam em torno do espaço privado da habitação. Uma postura que implica em considerar também os valores, usos e significados dos espaços arquitetônicos que as formas espaciais dão origem: ponto de partida à tessitura de narrativas textuais, visuais, reais ou imaginárias do lugar de morar. A partir disso, o interesse dos autores se volta para a implantação da povoação de Jataí, seu núcleo urbano inicial, no final do século XIX até 1930. Este recorte temporal se justifica por duas razões: em primeiro lugar, a evidente necessidade de registrar a ocupação espacial a partir de suas origens, compreender seu traçado e sua implantação. Em segundo lugar, estabelecer a década de 1930 como limite, se justifica em função das profundas transformações desencadeadas pela chamada revolução de 1930. No novo ambiente político desta época o estado de Goiás vivenciou uma profunda alteração com a construção de Goiânia, em 1933, e uma reorganização das zonas de influência política, social, econômica e cultural que ela representava. Uma alteração que colocaria a produção do espaço construído em outros parâmetros. Por razões políticas, culturais e sociais, a década de 1930 representou uma inflexão.