Sem Coleção

Desobediências da crítica nas encruzilhadas literárias

Sob a organização de Paulo Petronilio Petrot e Pedro Mandagará, a coletânea intitulada “Desobediências da crítica nas encruzilhadas literárias” está dividida em quatro partes. Na primeira, intitulada “DAS DESOBEDIÊNCIAS LITERÁRIAS,
DESOBEDIÊNCIAS DA CRÍTICA” Paulo Petronilio trata de temas como desobediência, diferenças, ancestralidade, tendo como perspectiva de análise um profundo mergulho nos modos de interpretar e de produzir conhecimento, que são inspirados em epistemologias africanas. Na segunda parte, esta coletânea traz discussões sobre corpos dissidentes, o ambiente escolar e estudantes travestis, graças à contribuição do pesquisador Vinícius de Oliveira Mota. Nessa mesma parte, Letícia Victória Alves Mamédio discute aspectos da musicalidade do RAP e do Blues. Por outro lado, temos as reflexões de Ana Clara de Oliveira acerca da Luta Feminista, da Etnofobia e do Racismo. Liara Oliveira Magalhães, por sua vez, trata de questões atinentes ao universo QUEER. Fechando a segunda parte da Coletânea, Moacir Oliveira de Alcântara nos convida a pensar acerca do AfroPunk. A terceira parte, à semelhança das anteriores, coloca o leitor diante de problemas relevantes para a atualidade. Com efeito, Nathielen Fernandes de Oliveira faz pensar sobre Literatura que trata de aquilombamento. Seguindo trilha investigativa assemelhada, Tatyana Alves Conceição propõe ao leitor um mergulho na obra de Conceição Evaristo. Esses são alguns exemplos do tipo de discussão que essa Coletânea traz ao leitor, ou seja, questionar as noções Colonialidade, Decolonialidade, Patriarcado, Resistência feminina, entre outras.

O que quer o Eleitor? Opinião pública sobre redistribuição no Brasil

No Brasil, a aprovação às políticas de combate à desigualdade de renda é massiva. A ideia de progressividade nos impostos tem grande apelo popular e seria fundamental para o governo agir nessa direção, mas as leis aprovadas em matéria tributária focam só em isenções. Como explicar esse aparente descompasso? Estariam os governos e o Congresso ignorando as demandas da sociedade? Este livro esmiúça dados de pesquisas de opinião para entender o que o eleitor realmente pensa sobre redistribuição. A análise incorpora não apenas a realidade objetiva das pessoas, mas também suas percepções e crenças. Quem é, afinal, essa categoria vista como “rica” que a população diz que deveria financiar programas sociais robustos? O leitor, capítulo a capítulo, se toma conta que a dimensão dos custos é crucial para entendera preferência do eleitor. O X da questão parece ser: quem está disposto a pagar pelo Estado de bem-estar?

Educação, Democracia & Diretos Humanos; pautas para a contemporaneidade

“Educação, democracia & diretos humanos; pautas para a contemporaneidade” é uma obra resultante das atividades de pesquisa do Grupo Interdisciplinar de Estudos Culturais e Linguagens na Contemporaneidade (GIECLC), da Linha de Pesquisa Culturas e Artes na Contemporaneidade, do Programa de Pós-Graduação em Educação, Arte e História da Cultura, da Universidade Presbiteriana Mackenzie (PPGEAHC/UPM), que contou com o apoio do Mack Pesquisa (Fundo Mackenzie de Pesquisa e Inovação), bem como recebeu suporte da Rede Internacional de Pesquisa em História e Culturas Contemporâneas (RIPHCC). Os textos presentes nesta coletânea versam sobre as articulações entre Educação, Democracia e Direitos Humanos, como pautas urgentes para a contemporaneidade. Assim, a ideia é propor um canal de diálogo e reflexão sobre o nosso conturbado contexto atual, a partir das experiências e perspectivas de diferentes pesquisadores.

A guerra da propaganda: São Paulo, 1932

A guerra da propaganda: São Paulo, 1932

O proposito deste livro é compreender os mecanismos da propaganda e da contrapropaganda paulista durante o chamado “movimento constitucionalista”, desencadeado no dia 09 de julho de 1932, na cidade de São Paulo, onde são analisadas as técnicas de elaboração e difusão da propaganda, bem como seus efeitos, o uso das mídias — então tecnologicamente disponíveis — o recurso às artes visuais, à imprensa, ao rádio e ao cinema, a heráldica e a medalhística, o emprego da censura e a presença dos boatos, bem como impactos remanescentes. Todo esse esforço torna possível perceber, ao menos em parte, o porquê, passados quase noventa anos daquele movimento armado, visões distintas e não isentas de paixão ainda marcam suas análises e o conflitos de narrativas e os argumentos que as sustentaram em 1932. A pesquisa limitou sua análise à propaganda e à contrapropaganda paulista, nos momentos que antecederam e durante o movimento cívico-militar, concentrando o foco da pesquisa nos quase três meses de luta. Assim, a proposta do autor é observar como se processou a construção — por meio da propaganda paulista — a ideia de que o movimento de 1932 era essencialmente constitucionalista; investigar como foram empregadas técnicas de censura, contenção de boatos e notícias falsas; analisar como atuou a propaganda paulista na desconstrução das informações de seus adversários, que classificava o movimento como separatista, comunista, fascista ou elitista, divorciado dos interesses das classes proletárias e identificar, na contemporaneidade, reflexos nas imagens, na vida cotidiana e na toponímia — artes e mídia — associados ao movimento constitucionalista.

Expectativas democráticas: o Brasil a partir de representações culturais

Expectativas democráticas: o Brasil a partir de representações culturais

“Expectativas democráticas: o Brasil a partir de representações culturais”, em um esforço reflexivo dos membros do Grupo Interdisciplinar de Estudos Culturais e Linguagens na Contemporaneidade [coordenado pela Profa. Dra. Rosangela Patriota na Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM)], reúne textos que foram produzidos ao longo do ano de 2022, quando “novas” expectativas democráticas pulsavam em nossos horizontes políticos públicos dado o calor das eleições gerais. Por inspiração da conjuntura e dos debates feitos em torno de A Teia do Fato: uma proposta de estudos sobre a memória histórica (1997), de Carlos Alberto Vesentini, a obra partiu da seguinte questão: quais são os diferentes significados da democracia? Se o passado, como destacado por Walter Benjamin em suas teses Sobre o Conceito de História, não pode ser tomado como uma imagem “eterna”, ou um conjunto isolado de eventos que falam por si só, é necessário questionarmos a historicidade das memórias que mobilizam diferentes experiências e expectativas pretéritas, problematizando as forças da sociedade que compuseram os mecanismos de esquecimento e lembranças de nossa cultura por meio do retorno ao processo histórico. É nesse sentido que o objetivo principal deste livro foi acolher de forma democrática a diversidade interdisciplinar de pesquisas do grupo de estudo. Assim, múltiplas representações, sensibilidades e manifestações culturais permitiram refletir sobre a pluralidade das significações da democracia.

Escola para todos e as pessoas com deficiência; contribuições da terapia ocupacional

Escola para todos e as pessoas com deficiência; contribuições da terapia ocupacional

O livro pretende estimular o leitor a refletir sobre os possíveis deslocamentos do objeto da Terapia Ocupacional no campo da Educação de abordagens biomédicas, organicistas, cujas origens estão no movimento eugênico, para abordagens fundamentadas em princípios epistêmicos e éticos alinhados com a possibilidade de exercer a liberdade, a imaginação e o diálogo vivo com as experiências. Pondera sobre as ações práticas da Terapia Ocupacional no contexto escolar, considerando as particularidades do seu cotidiano e dos seus coletivos, tendo como finalidade a escola para todos e suas interconexões com o pensamento crítico. Deseja ainda, por meio de diferentes relatos de experiências, instigar o leitor a dialogar com temas atuais como os preconceitos, estigmas, medos, intolerâncias presentes nas relações interpessoais e institucionais do contexto escolar.

Avaliação em saúde, redes sociotécnicas e translação do conhecimento (Saúde em Debate)

Avaliação em saúde, redes sociotécnicas e translação do conhecimento (Saúde em Debate)

O livro está organizado em quatro blocos, que reagrupam dezesseis capítulos, elaborados com a participação de mais de meia centena de autores para, de uma forma sequencial, olhar a temática da avaliação em saúde de diferentes ângulos e pontos de vista – os aspectos conceituais que constroem e sustentam a articulação entre os temas; os usos desses conceitos nas pesquisas avaliativas em saúde; a relação entre esses temas e gestão de projetos em saúde; e experiências de estudos avaliativos e as redes sociotécnicas, realçando a relevância da interligação da avaliação em saúde às redes sociotécnicas e à transferência de conhecimentos, como desafios para a construção participativa da Saúde Global. O livro se afigura de interesse tanto para os estudiosos da área acadêmica e técnicos da avaliação em saúde quanto para o fortalecimento dos sujeitos dos processos de saúde, com ênfase para a compreensão dos processos e mecanismos de transferência de conhecimento que informam a tomada de decisão. — António Pedro Delgado Médico, mestre em Saúde Pública e doutor em Saúde Internacional Professor na Universidade de Cabo Verde.

O Estilo Chanel: a moda e os aspectos de uma história

“O Estilo Chanel: a moda e os aspectos de um história”, de Mônica Abed Zaher, é o mais recente lançamento de Edições Verona.
Esse e-book apresenta um estudo sobre as mudanças efetuadas no vestuário feminino por meio das propostas de Gabrielle Bonheur Chanel, criadora de um estilo que facilitou a vida das mulheres do século XX, foi largamente copiado e até hoje se faz presente nas composições de vestimentas, nas atitudes e nos hábitos. O olhar de Mônica Abed Zaher, para a moda, não está orientado pelas limitações dos últimos lançamentos, das vitrines ou do exibicionismo infrutífero do uso dos produtos e marcas, mas para o reflexo de tais hábitos no cotidiano das sociedades. Com isso, a moda é vista como uma forma de comunicar, agrupando e identificando pessoas com intenções afins. Movimentos culturais e políticos se configuraram dentro da cultura de moda e até se utilizaram dela para contestar, representar, reivindicar. Isto posto, a autora analisa os rumos da moda dentro da nova realidade mundial: a necessidade de ampliar projetos de sustentabilidade e cooperação — por meio de processos de customização e reutilização de roupas —, especialmente diante da nova realidade mundial que se configurou desde o início da pandemia de COVID-19.

Memórias e comemorações: o Centenário da Imigração Italiana na região da Ex-Colônia Silveira Martins (1975-1993)

O e-book de Juliana Maria Manfio, que, agora, vem a público (Edições Verona), é fruto do IV Prêmio Sandra Jathay Pesavento Teses, do X Simpósio Nacional de História Cultural, realizado em outubro de 2022, pelo GT Nacional de História Cultural. Na verdade, entre 1975 e 1993, a ex-colônia Silveira Martins – atuais municípios de Silveira Martins, Ivorá, Faxinal do Soturno, São João do Polêsine, Nova Palma, Dona Francisca e Pinhal Grande – organizou e vivenciou as festividades alusivas ao Centenário da Imigração Italiana. Localizada na região central do Estado do Rio Grande do Sul, o local foi colonizado por imigrantes italianos no final do século XIX. O quarto núcleo de colonização diferenciou-se dos três primeiros situadas na região da Serra (Dona Isabel, Campos dos Bugres e Conde d’Eu), por não fazer parte das comemorações oficiais do Biênio da Colonização e Imigração, instituído em 1973 e solenizado entre 1974 e 1975. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho é compreender o ato de festejar o Centenário da Imigração Italiana no quarto núcleo de colonização, identificando os eventos festivos, sua participação e a organização, percebendo os elementos de construção de uma memória e de uma narrativa identitária. Compreender como essas comunidades planejaram as festividades do Centenário, buscando entender as diferentes dinâmicas internas das manifestações festivos é a justificativa para este livro. Para desenvolver essa pesquisa, foram utilizados documentos oficiais (relatórios, decretos, leis sobre o Biênio), jornais, fotografias, folders, monumentos, entre outros, que indicavam para as festividades ocorridas na região colonial. As festas foram compreendidas como o ato de celebrar e construir uma memória e uma narrativa identitária sobre o processo imigratório italiano. Para isso, são apresentados os monumentos, os capitéis, as canções, a gastronomia, os desfiles, as missas como elementos da fé e da cultura, sendo construtores de uma narrativa identitária entre os descendentes. Evidenciaram-se, na pesquisa, as atividades, os meios e os agentes que proporcionaram a construção de uma narrativa identitária durante as comemorações do Centenário da Imigração Italiana na Colônia Silveira Martins.

História da alimentação infantil no Rio de Janeiro (1889-1930): Amas, leites e farinhas

“História da Alimentação Infantil no Rio de Janeiro (1889-1930): Amas, leites e farinhas” é um estudo acerca da alimentação de crianças entre os anos de 1889 e 1930. Mais especificamente, neste livro, a autora busca analisar a relação estabelecida entre a mortalidade infantil e os alimentos destinados à primeira infância na virada do século XIX para o XX. De um lado temos a ação de médicos, intelectuais e filantropos preocupados com a saúde da criança e as ações do Estado na tentativa de organizar a fiscalização de alimentos na cidade do Rio de Janeiro. Do outro lado, estava o surgimento de um mercado de leite – de uma indústria de alimento, humano (as amas de leite) e animal (sobretudo o leite de vaca), responsável por integrar as práticas alimentares da vida carioca. Em resumo, esta obra busca explorar a construção de políticas e ações destinadas à proteção infantil, que se delinearam na cidade, nos primeiros anos dos Novecentos.