Coleção Poéticas & Linguagens

A cultura da violência entre traços e tramas; a vida e obra do pintor Almeida Jr.

A cultura da violência entre traços e tramas; a vida e obra do pintor Almeida Jr.

Esta obra tem como objetivo investigar os sintomas de violência no interior do Brasil oitocentista por meio da vida e obra do pintor José Ferraz de Almeida Jr. (1850-1899). Para tanto, constatadas tanto sua produção quanto as (re) interpretações contemporâneas de seu universo pictórico, bem como as circunstâncias de sua morte narradas no processo crime que apurou o fato, considerar-se-á a hipótese de violência como traço cultural do séc. XIX a partir da chave de leitura apontada por Jorge Coli (2005) e suas premissas sobre o pensamento do artista (2010) na inter-relação entre a obra e a vida do pintor. Serão examinados, igualmente, a retórica e argumentação constantes do processo-crime, mecanismos que tornam o texto jurídico uma prática social discursiva, considerando a escrita jurídica também em sua experiência cultural, lançando novas luzes sobre a análise dessas narrativas, especialmente a partir das reflexões advindas do culturalismo jurídico e seus desdobramentos teóricos. Os indícios de violência na obra de Almeida Jr. são associados à violência em torno de seu cotidiano e às sensibilidades jurídico-culturais que motivaram o artista e suas circunstâncias.

Nazareno Confaloni arte & modernidade como experiência religiosa

Esse livro propõe investigar a apropriação do pensamento artístico do pintor italiano Frei Nazareno Confaloni (1917-1977) e sua atuação no contexto da modernidade em Goiás a partir da década de 1950, observando sua relação com os intelectuais ligados às instituições culturais do Estado, e consequentemente com os projetos de renovação artística, característica do ambiente artístico goiano do início dos anos de 1950. Parte do entendimento de como a crítica de arte interpreta o conjunto da obra do artista italiano radicado no Brasil, investiga a apropriação de Confaloni como ícone de modernidade e o associa ao mito fundador da Cidade de Goiânia. A autora aborda as questões que tratam de modernidade, modernização e modernismo como pontes para o entendimento do projeto moderno do Brasil, considerando como ponto principal o conceito de modernização conservadora com ênfase nos aspectos culturais.

Brasil Novo – Música, Nação e Modernidade: os anos 20 e 30

O debate sobre a criação musical no Brasil polarizou-se, durante os anos 20, 30 e 40, em torno de compositores, historiadores e críticos partidários da música descritiva (romântica), da preservação do sistema tonal tradicional, da chamada música universal e de intelectuais favoráveis à música pura (neoclássica), à incorporação de novos recursos timbrísticos e rítmicos no âmbito da linguagem tonal e ao aproveitamento da música folclórica no campo da composição erudita. Neste livro, o autor procurou discutir as conexões entre música e poder, tentando apontar as fortes marcas ideológicas que permeiam toda a produção musical brasileira nos anos 20 e 30 do século XX. Arnaldo Daraya Contier, a partir da História Social da Música, visa questionar possíveis elos que se poderia estabelecer entre a música e as estruturas econômicas, políticas e culturais de uma formação social, num momento histórico cronologicamente determinado. Em síntese, a História Social da Música deve ter em mira não somente o estudo da criação artística em relação à sociedade, mas, também da vida de um grupo social e da relação deste com a arte. Para tal empreendimento analítico, Contier se vale de um núcleo central de documentação que assenta-se em artigos publicados nas mais diversas revistas, especializadas ou não, em críticas e programas de concertos, em depoimentos de intelectuais publicados nos jornais da época e nos textos de Mário de Andrade, Luiz Heitor Corrêa de Azevedo, Renato Almeida, Luciano Gallet, Andrade Muricy, Oscar Lorenzo Fernandez, Heitor Villa-Lobos, entre outros.

Sensibilidade históricas: entre narrativas, gestos e imagens

Este livro reúne, em um esforço didático e de caráter formativo, textos que foram produzidos no decorrer do segundo semestre de 2018, na disciplina Cartografias do Sentir, no Programa de Pós-Graduação em Educação, Arte e História da Cultura, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Por intermédio de leituras críticas, que buscaram articular temas de pesquisa a importantes historiadores vinculados à História Cultural, os autores, discentes dos cursos de Mestrado e de Doutorado, construíram exercícios interdisciplinares, decorrentes tanto de suas formações quanto da proposta epistemológica do mencionado Programa de Pós-Graduação. Com esse intuito, inquietações filosóficas associaram-se a reflexões que visam compreender dinâmicas históricas através da moda, assim como questões contemporâneas realizam instigantes discussões acerca de territórios urbanos e espaços digitais, em sintonia com um olhar sobre aspectos educacionais.
Por fim, mas não menos importante, linguagens teatrais e cinematográficas associam-se às preocupações das temáticas anteriores e, com isso, juntamente com as demais, produziram uma cartografia em sintonia com os debates do tempo presente. Nesse processo de elaboração desta publicação contamos com a importante colaboração do Prof. Dr. Alcides Freire Ramos que, mais uma vez, lançou seu olhar arguto sobre o cinema brasileiro sob as lentes das sensibilidades. Em síntese, este livro é um esforço em articular a leitura rigorosa à produção de textos que encaminham investigações e buscam contribuir com a produção das ciências humanas no Brasil.

A tragédia grega transformada em Gota D’água: usos do teatro clássico no Brasil da década de 1970

“Assassinou os dois filhos e se matou”. Assim começa o programa da peça teatral Gota D’água. A tragédia de um subúrbio carioca camuflada de vingança de mulher traída é escancarada na obra de Chico Buarque e Paulo Pontes, com direção de Gianni Ratto nos anos de 1970 no país. A proposta deste livro é escrutinar, pelo fascínio por trás da imagem da feiticeira Medeia da tragédia grega de Eurípides criada em 431 a. C., o pano de fundo da ditadura civil-militar brasileira e os problemas dela decorrentes, debatendo a maneira como foi ressignificada, primeiramente pelas mãos de Oduvaldo Vianna Filho em uma teledramaturgia de 1972 – homônima à obra grega –, e, posteriormente, pelo musical de Buarque e Pontes, a partir de 1975. Mitologia, versos, canções e fotografias de espetáculo preenchem este livro, que pretende surpreender o leitor não apenas pela triste poesia inerente às obras de arte analisadas, mas também suscitar reflexões históricas de caráter cultural, sociopolítico e econômico. Busca revelar os sentidos da tragédia em tempos diferentes e a ideia da luta pela resistência democrática no Brasil.

A Sétima Arte por historiadores: Crítica, cineastas, filmes e espaço

A coletânea organizada por Julierme Morais, a partir do campo da História Cultural, congrega ensaios acadêmicos de diversos pesquisadores dedicados à temática, incidindo foco no papel de críticos cinematográficos brasileiros e a construção de significados históricos e estéticos de nossa Sétima Arte; problematiza alguns cineastas e filmes nacionais do século XX à luz de questões políticas, estéticas, filosóficas, de raça e gênero cinematográfico; aborda o cinema estrangeiro e suas relações com acontecimentos históricos de vulto, tais como a Revolução Cultural Chinesa e os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos EUA; e indaga os significados de filmes cuja representação sensível da cidade e do campo são o fio condutor.

Projeções Críticas da Modernidade: modernismos e modernidades a partir da experiência goiana

O livro Projeções Críticas da Modernidade: modernismos e modernidades a partir da experiência goiana resulta diretamente de reflexões promovidas pelo GEHIM (Grupo de Estudos de História e Imagem), Grupo cadastrado no CNPq que congrega, em suas atividades, pesquisadores de diversas Instituições de Ensino Superior. Mais do que compor-se por um mero conjunto de artigos, o livro propõe um voo panorâmico e articulado sobre o problema. Primeiramente, reconhece no próprio título que a experiência moderna é múltipla. Não há apenas um modernismo, mas modernismos; as modernidades devem ser apresentadas e apreendias no plural. Ao ignorar tal princípio, os movimentos modernistas no centro brasileiro foram considerados como demasiado tardios, conservadores, estagnados no tempo, bloqueando com entulhos de recalque o natural caminho para as ações estéticas vanguardistas contemporâneas. Essa perspectiva é válida ou é um descalabro preconceituoso? Não há respostas pretensamente definitivas que não revelem partidarismo. Porém, é possível esboçar caminhos que apresentem possibilidades e aproximações acerca do tema. Mais do que dar diagnósticos definitivos, fazer projeções.

Humor, língua e linguagem: representações culturais

Escrito por autores oriundos de diferentes áreas das Humanidades e das Ciências Sociais, como a Linguística, a Literatura, a História, a Sociologia, o Direito, a Pedagogia ou as Artes de Palco, este volume oferece, ao longo dos seus trinta ensaios, uma abordagem multidisciplinar da força dissolvente do riso e das distintas manifestações do humor na vida cotidiana, na justiça, na escola, na literatura, no teatro, no cinema, na mídia ou na internet – isto é, no espaço público, com destaque para a sua dimensão política. Como se pode confirmar no livro, são vários os caminhos escolhidos para encontrar o lugar do humor e questionar o seu papel que, apesar de reconhecidamente ambíguo e mesmo, por vezes, paradoxal, não pode deixar de ser senão libertador. Essa dimensão redentora do humor exige a cumplicidade da crítica e a capacidade de abertura ao novo, ao diferente e ao plural, para ajudar a formar novas visões do mundo e da sociedade. Sem esquecer um imenso pormenor: rir faz bem à saúde.

Trajetos: A História sob as luzes da ribalta

Este livro trata da relação entre História e Teatro, porém com ampla variedade interpretativa. A coletânea, dividida em duas partes, carrega reflexões que temporalmente dizem respeito ao mundo contemporâneo, porém a partir de releituras, inclusive da tragédia clássica. Assim sendo, na primeira parte, os autores promovem análises sobre o teatro dos últimos anos tendo como foco interpretativo a força do fenômeno teatral para tratar de temas relacionados aos variados arbítrios do último século. Na segunda parte, o que prevalece nas reflexões é a capacidade de releitura de temas teatrais em diferentes momentos históricos. Nesses capítulos, evidenciam-se as inúmeras possibilidades de reflexões ao se eleger como objeto de estudo o texto teatral, numa inter-relação de enredo, personagens e temáticas com os posicionamentos estéticos e políticos dos seus respectivos autores. Por meio do contato entre História e Teatro, o leitor poderá, com esse e-book, pensar sobre variados temas e sobre a História.

Trilhas: Os fios da Poíesis no tear do tempo

Neste livro o leitor entrará em contato com um debate amplo sobre a historicidade da recepção artística por meio das artes plásticas e da literatura; com as relações entre História e Música; História e Literatura e, por fim, História e Documentário. Assim sendo, compõem as análises da primeira parte desse volume a força da crítica de arte e a sua subsequente agregação de valores às obras. Em um segundo momento é possível compreender as articulações da música com a história, em um processo de análise que entrelaça análises de aspectos estéticos com o contexto e trajetória dos sujeitos que produziram. Por sua vez, o contato com a terceira parte colocará o leitor diante do tema História e Literatura. Fechando a coletânea, será possível perceber a luta de trabalhadores e seus espaços de sociabilidade por meio da análise de documentários ou de entrevistas. É um ebook que abre para múltiplas possibilidades de pensamento, porém sempre tendo como eixo central a capacidade reflexiva da área de História.